sexta-feira, 1 de maio de 2015

Sobre o "DOM" para desenhar

             Bom pessoal, uma coisa que sempre me incomodou foi a afirmação: "É preciso de dom para desenhar." Primeiro que qualquer um, desde que possua uma parte do corpo que possa segurar um lápis, é capaz de desenhar, pois o desenho é uma representação gráfica da realidade, de uma ideia, ou até sentimento, e isso vai desde os bonecos de palitinho que muitos acham que só conseguem desenhar. Existem várias formas e estilos de desenho e o realismo é só uma delas, mas aqui, vou falar sobre o realismo em si. 
          Eu, sinceramente, discordo totalmente sobre esse negócio de dom, pois fica parecendo algo divino ou religioso, como se a pessoa já nascesse com essa capacidade. Desculpas a quem acredita nisso, mas para mim, só serve para darem como justificativa por não conseguirem se dedicar no longo processo que é aprender o desenho artístico.  Para mim, quando uma pessoa diz que outra possui um dom, ela está dizendo que o outro já nasceu pronto, e sei muito bem que não funciona assim, e além de tudo a pessoa não tem a mínima ideia do quanto me dediquei e treinei para alcançar um certo domínio nessa arte (pois foram inúmeras noites acordado treinando ao longo de quase 15 anos), e na hora que vou dar um valor no meu trabalho essas pessoas sempre acham muito caro pelo fato de acreditarem que já nasci com essa habilidade, e que para mim é muito fácil desenhar qualquer coisa. 
          A palavra que mais gosto de usar para isso é a palavra talento, pois ela significa uma aptidão para algum tipo de atividade, e de fato, já conheci pessoas que "pegavam muito rápido o jeito" para o desenho, mas também tinham que praticar para desenvolver isso, o que significa que talento também não é o bastante. A questão de existir pessoas talentosas também não significa que, quem não tem talento, não possa desenvolver essa habilidade, pois eu mesmo, tinha uma dificuldade muito grande para desenhar coisas simples na época que era criança, mas o que sempre me motivou, foi o fato de ter uma grande admiração por essa arte e, junto com isso, uma força de vontade muito grande. 
            Por isso tenho a certeza de que uma pessoa com pouco ou nenhum talento, mas munida de uma grande força de vontade, pode muito bem superar outra, que possua um enorme talento e muita preguiça. Sou prova disso, e sei que ainda tenho muito que aprender, e que esse processo não tem fim, o que o torna muito mais divertido.
          Caso você esteja pensando em entrar nesse mundo do desenho, seja a modalidade que for (Anime, cartoon, caricatura, desenho artístico, hiper-realístico, ilustração, etc.), saiba que três palavras são essenciais nesse processo: paciência, dedicação e amor pela arte.
              Ao longo das postagens aqui do blog, prometo mostrar como é fácil aprender a desenhar, mas não basta aprender somente a teoria, é preciso praticar bastante.

Abraços

segunda-feira, 27 de abril de 2015

A Prancheta

           Desenhar sobre uma mesa plana pode trazer danos a sua coluna a longo ou curto prazo, por isso é aconselhável o uso de uma prancheta, pois assim é possível incliná-la de modo que fique mais confortável, evitando forçar a coluna e melhorando a visualização do desenho. Além disso a prancheta é de fácil transporte, sendo possível levar para qualquer lugar, e assim lhe deixando sem desculpas para não praticar.
        Caso você tenha dificuldade  para encontrar uma prancheta maior do que o tamanho A4, você pode procurar uma movelaria que trabalhe com MDF e comprar um pedaço no tamanho desejado, de preferência o MDF com 5mm de espessura. Geralmente esses lugares tem pedaços que não serão mais utilizados e você poderá conseguir por um bom preço ou dependendo da conversa, até de graça.
A prancheta lhe ajudará e muito a preservar a saúde de sua coluna.

O uso da Flanela

          A pele da mão transpira, e com isso pode deixar a superfície do papel úmida enquanto desenha, dificultando a absorção do grafite pelo papel. E também com a movimentação da mão sobre o papel enquanto desenha pode levar a manchas indesejáveis sobre a arte.
         Portanto, para evitar esses tipos de problemas, e deixar sua arte mais limpa é aconselhável o uso de uma flanela ou folha de papel dobrado abaixo da mão, de modo que impeça o contato direto da pele com a superfície da arte.

Utilizando flanela para evitar o contato com a superfície.


O Estilete

          Particularmente, nunca usei apontador, pois prefiro usar o estilete para afiar o lápis, pois com ele, consigo dar diferentes formas a ponta, de acordo com meu gosto e necessidade. Afiar a ponta do lápis com estilete é uma arte, e é preciso um certo domínio e paciência com essa ferramenta, além de tomar muito cuidado para evitar acidentes, devido ao fato de ser bastante amolado.
           Também pode-se usar uma lixa fina para dar um acabamento na ponta do lápis.

Acima, usando apontador, e abaixo, usando estilete

O papel

  Para quem não sabe, existem papéis com diferentes gramaturastamanhos e texturas. A escolha do tipo de papel é bastante pessoal, e somente através da experimentação, pode ser possível encontrar o que melhor se adéqua ao seu estilo e necessidade. No mercado pode-se achar papéis específicos para a técnica de aquarela, grafite, pintura em acrílico, nanquin e outros.
         Alguns cuidados são necessários com esse material, como evitar umidade e guardar sempre em um lugar que evite amassar, pois assim não prejudicará seu trabalho. 
       Além disso é importante saber que para quem trabalha com arte, e precisa de materiais que aumentem a vida útil da obra, existem papeis que servem tanto para estudos ou esboços e outros para trabalhos que serão comercializados, assim tornando a obra mais resistente aos agentes do tempo e outros que poderão prejudicar sua durabilidade.
          Abaixo vai uma imagem ilustrativa com nomenclaturas e padrões do tamanho do papel.


A Borracha

           No desenho, a borracha é usada para duas coisas: corrigir ou dar efeitos.
           Particularmente gosto de usar as borrachas plásticas da marca Staedtler ou Mono, pois com ela chego mais facilmente ao branco do papel, e também não mancham o desenho como outras marcas.
          Também há um tipo de borracha especial para quem trabalha com desenho realista, a borracha Limpa-tipos. Ela além de apagar e não agredir tanto o papel como a borracha convencional, pode diminuir a intensidade da sombra e até dar alguns efeitos, pois é maleável, podendo facilitar até mesmo a correção de partes pequenas do desenho.
      Outra forma de dar efeitos no desenho é cortando a borracha em pedaços com diferentes formatos, pois assim fica mais fácil apagar uma determinada área desejada.
       Existem também no mercado, canetas borracha, com espessuras e formatos diferentes, que facilitam e muito o trabalho do artista.
Borracha plástica

Borracha Limpa-tipos

Canetas borracha


domingo, 1 de março de 2015

O Lápis

            Lápis e artista são inseparáveis, já que a maioria dos trabalhos (Pintura, Desenho e Escultura) começa a partir de um esboço a lápis. Além disso também é possível fazer desenhos muito bem acabados a lápis.




               A mina do lápis é constituída por dois materiais básicos, argila e grafite, ambos encontrados na natureza. A argila é o que deixa a ponta mais resistente, não deixando que ela quebre com facilidade, já o grafite é o que faz riscar. Dependendo da quantidade de grafite em relação a argila, pode-se obter diferentes graduações de lápis, do mais macio e escuro ao mais duro e claro.



              Acima fiz uma escala para entender melhor as diferentes graduações do lápis. O lápis HB (Também conhecido como N°2, lápis comum ou escolar) fica ao centro, representando o equilíbrio entre os dois componentes, argila e grafite. A letra "H" representa as graduações mais claras e mais duras, porque contem menos grafite em relação a argila na composição da mina. Já a letra "B" representa os lápis mais escuros e macios, pois a quantidade de grafite em relação a argila é maior.
                 Abaixo tem um exemplo de trabalho em andamento, utilizando apenas 3 graduações diferentes de lápis grafite (HB, 2B e 4B).

Foto de desenho em andamento. Lápis HB, 2B e 4B.